"O difícil vai ser uma deixar a outra falar". Ouvia isso sempre que demonstrava minha expectativa com relação ao dia em que minha filha aprenderia a falar. Agora ela conversa sem parar e acha graça das coisas que ela mesma balbucia. O problema é alguém entender o que ela fala.
Mas, mesmo sendo um tanto incompreensivo, o "bebenês" tem seus encantos. Como mãe, quase sempre me sinto como se entendesse tudo. E realmente entendo. Não pelo que ela fala, porque o bebenês é indecifrável para os adultos. Mas porque conheço minha filha em cada gesto, em cada expressão do rosto e as reações dela em cada situação.
Ela poderia não falar nada e mesmo assim eu saberia o que ela sentiu em vários momentos, como a alegria de ver um cachorrinho, o sorriso quando ouve uma música que gosta, os olhos arregalados em uma situação de medo ou susto... tudo isso ela tenta relatar com o bebenês.
O "manhês" e o "bebenês" interagindo |
Sempre tento mostrar a ela uma ideia do que está acontecendo com ela no momento, como por exemplo "Quem tá tomando banho, é o bebê?", "Olha mamãe colocando a fralda", entre outros, sempre mostrando o que estamos fazendo.
Também observo os coleguinhas dela da mesma idade e percebo que muitas formas de expressão são comuns, como apontar as coisas com o dedo, insistir em repetir os mesmos sons quando acham que não estamos olhando e outras formas de chamar atenção para a existência de um "diálogo".
A questão é que o bebenês é a forma que eles encontram para se comunicarem com o mundo, expressarem suas emoções e "engatinharem" no mundo da fala. Então, a primeira coisa que faço é sempre prestar atenção. Mesmo quando eu não estou entendendo, solto expressões do tipo "Foi mesmo?", "Caramba, que incrível, minha filha...", "Pois é", por aí vai... acho importante fazer com que eles se sintam envolvidos, participando de um diálogo. Isso cria a empolgação para que eles continuem interagindo e desenvolvendo cada vez mais a fala.
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