Africanizando Sergipe |
Rafael Aragão*
O Brasil é um país que tem forte influência Africana. Seja nos costumes, na comida, na música, no vestuário. Toda casa tem um pouco de África, dizia uma música do extinto grupo pernambucano Sheik Tosado. No entanto, isso não impede que nos deparemos com situações de preconceito racial. Em 2011, tivemos dois casos que tomaram projeção nacional e foram discutidos não só nas ruas, como nas já massificadas redes sociais.
O primeiro foi o de Jair Bolsonaro, deputado federal (PP-RJ), ao dizer num quadro do programa CQC da Band que não corria o risco de filhos namorarem mulheres negras por que eles foram "bem educados" e que não discutiria essa "promiscuidade". No outro caso, uma jovem que estagiava em uma escola de São Paulo foi convidada a alisar o cabelo, para "melhorar" a aparência. Como não aceitou a proposta, foi transferida do atendimento ao público para as funções de arquivo. A jovem prestou queixa depois do ocorrido.
Por isso, considero importante estar sempre reafirmando minha negritude e apoiando ações de valorização e respeito pela cultura afro. E foi com esse pensamento que aderi à campanha "Eu Africanizo Sergipe". A campanha faz parte do festival Wapi Brasil . A Wapi surge no Quênia e que significa ( Words and Pictures), ou seja, palavras e imagens.
É um festival que, segundo seus organizadores, "é uma plataforma cultural para poetas, designers, MC's. dançarinos, grafiteiros, desenhistas, cartunistas, cantores e artistas envolvidos em qualquer arte visual e verbal, com ênfase na cultura afro-diasporica.". Neste ano foi realizado o primeiro Wapi Brasil em São Paulo com o tema "Eu africanizo São Paulo". Os MC's Marcos Santos e Anderson Passos, mais conhecidos como Marcão e Hot Black, trouxeram a campanha pra Sergipe já vem movimentando as redes sociais com as fotos do "Eu Africanizo Sergipe".
Na última sexta feira dia 23, eu e minha filha Maria Joana fomos fazer uma das fotos da campanha, no estúdio da tv Aperipê, juntamente com artistas e ativistas locais. Foi muito prazeroso fazer as fotos, claro que o fato de estar junto com Maria Joana era especial. Apesar de pequenina, sua desenvoltura foi elogiada por todos. Para mim era muito importante estar com ela, são nesses pequenos gestos que vou ensiná-la sobre a importância da cultura negra para a formação do nosso país, de ter orgulho da histórias de Zumbi e João Cândido, o respeito às religiões de matriz africana. E que nunca tenha medo de Africanizar, que ela espalhe um pouco de África por onde for.
* Rafael Aragão é o pai de Maria Joana e autor desta postagem.
Confiram quem já está "Africanizando Sergipe"
Confiram quem já está "Africanizando Sergipe"
Post lindo demais, campanha fantástica! Parabéns a todos que africanizam Sergipe.
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