Acompanhar e participar do desenvolvimento da criança é muito gostoso. A cada semana, a cada mês ela coloca em prática os novos aprendizados e fica atenta, observando a reação de todos ao redor. Hoje Maria Joana tem perfeita noção de quando reprovamos ou estimulamos alguma atitude dela.
Se antes eu sentia que ela percebia a situação pelo nosso tom de voz, hoje eu percebo que ela entende perfeitamente as palavras. Mesmo que não as repita integralmente, ela sabe localizar os objetos quando falamos o nome sem apontar, entende que é hora de arrumar os brinquedos na caixa, trocar de roupa, dormir, comer... quando anunciamos "Vamos tomar banho"? ou "Hora de comer", ela prontamente se posiciona para a tarefa.
À medida que a criança cresce e seu desenvolvimento mental facilita o diálogo e a compreensão, percebo que ela adquire mais noção de respeito ao ritmo natural das pessoas e das coisas. Quando os gatos estão dormindo ou comendo, ela tende a se afastar mais do espaço deles - pelo menos na presença de um adulto.
Ela entende que, quando fechamos a torneira, não há mais água para o banho (e não chora mais); quando alguém sai de casa, vai ao banheiro ou dorme, ela não chora mais como se as pessoas tivessem que estar com ela sempre que ela quer. Ela se contenta com "Fulano está no banho, vem já", "Cicrano foi fazer xixi", "Papai saiu, mas volta" etc. Ouve, faz cara de quem compreendeu e espera. Vai se distrair com outra coisa.
Não tem mais o mesmo 'desespero' quando as coisas não são do jeito que ela quer ou quando as pessoas não agem como ela quer. Lógico que às vezes ela reclama, mas percebo que, quando dialogamos, ela tende a ser menos intransigente.
Acho importante estimular esse respeito desde cedo nas crianças. Respeito à natureza, às pessoas, às atividades, aos coleguinhas, aos animais. Ensinar que tudo tem o seu ritmo natural é difícil - e estressante, por muitas vezes. Sinto-me como se estivesse o tempo todo regulando, o tempo todo brigando ou contrariando as vontades dela.
Mas entendemos que, como ela tem a personalidade forte, esse aprendizado pode evitar que ela se torne uma pessoa umbiguista, cheia de vontades, incompreensiva e 'dona' de espaços que, na verdade, não são dela. Mas é claro que ela tem que sentir que há respeito da nossa parte também.
Entender que ela tem seus momentos de bom humor, de não querer conversar, de não querer assistir televisão, de querer brincar sozinha ou comer é o nosso papel. Quando ela percebe que tem seu espaço e seu momento respeitados, o diálogo tem mais abertura.
São exercícios de troca que valem a pena!
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