quarta-feira, 2 de maio de 2012

Buscando um ponto de equilíbrio

Minha filha tem uma personalidade forte e, embora eu tenha noção do trabalho que dá uma criança 'geniosa', tenho certo orgulho. Não quero que minha filha seja uma mulher submissa ou que se adeque facilmente às imposições do 'mundo adulto'. Me dá orgulho ver que ela questiona, mesmo com gestos ou resistências.  

Não quero que ela mude, mas acho tão delicado encontrar o equilíbrio que separa uma personalidade forte de uma 'criança cheia de mimos e vontades'. Ao mesmo tempo, não quero formar uma criança chata, cheia de ataques de birra e que só brinca e age da forma que quer.


Confesso que, para encontrar esse equilíbrio, às vezes é preciso muito jogo de cintura e uma certa rigidez. É óbvio que eu a ensino a respeitar e ouvir o que os adultos falam sem 'rebeldias gratuitas', mas também tento respeitar o jeito dela, os momentos em que ela quer brincar ou não e os momentos de mau humor (sim, crianças também sentem, principalmente na hora do sono ou da fome). 


Quem nunca teve que amenizar um ataque de birra?
Sou adepta da teoria que não existe um manual de condutas na criação dos filhos. A não ser que esse 'manual' seja uma fusão entre o coração e a consciência dos pais (ou de quem cria). Então, é nos momentos rotineiros que tento encontrar um ponto de equilíbrio entre o ato de ensiná-la a respeitar o que eu digo (e faço) e o cuidado para não reprimir demais o que pode ser da própria personalidade dela.


Procuro estimular quando ela quer conversar, interagir, mostrando que ela tem espaço livre para manifestar suas sensações boas e ruins, mas sem violências, sem agressões e imposições com outras crianças ou até mesmo com os adultos. Confesso que uma das partes mais difíceis é estimulá-la a dialogar e perdoar, mesmo quando se chateia com alguma criança ou algum fato normal do 'mundo infantil' (como a raiva que ela tem quando um brinquedo não encaixa no outro).


Educar também é um trabalho de persistência. Mas nos últimos meses, eu já consigo ver alguns resultados. Hoje ela já não bate mais nas bonequinhas. Ainda as joga no chão quando está com raiva de algo, mas também se arrepende do erro e procura contornar, 'pedindo desculpas'. Mesmo que eu ainda tenha que dizer algo como 'Olha a nenê chorando pelo que você fez. Pega ela no braço e pede desculpas'. Mas esse ainda é um 'trabalho' em andamento. 
Diálogo ainda é a melhor forma de educar
Quando percebo que há uma birra ou um escândalo gratuito no meio da história, não dou atenção. É difícil, mas deixo ela chorar até se calar. Ela tem que aprender a lidar com o não e com o sentimento de frustração. E com o tempo eu percebo que as birras vão diminuindo, à medida que ela percebe que não funcionam e também porque passa a lidar melhor com as 'proibições'.   


A vida de mãe tem suas diversas fases, assim como os maiores dilemas de um mês já não são mais os mesmos no mês seguinte. Então, esse é meu maior dilema atual: encontrar o equilíbrio entre respeitar a personalidade dela e não dar espaço para que ela seja uma criança mimada com ataques de histeria.

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