quarta-feira, 8 de junho de 2011

Hotelzinho, desapego e aprendizado

Em diversas oportunidades, várias mamães amigas me disseram que eu certamente sentiria ciúmes quando deixasse Maria Joana no hotelzinho. Ter que sair e deixá-la aos braços de outra que não fosse eu, a mamãe querida, me doeria no peito. Por incrível que pareça, isso não aconteceu. Pelo contrário.

No seu primeiro dia no hotelzinho, na segunda-feira, dia 6, Maria Joana chorou muito no início. Não queria sair de perto de mim e nada parecia consolá-la. Nem mesmo os coleguinhas do berçário, que engatinharam com a maior simpatia em sua direção, como se estivessem dando boas vindas. Não queria conversa. Qualquer movimento que eu fizesse poderia representar para ela a possibilidade de ser a minha saída dali e era o momento certo do choro.
O olharzinho triste, com medo de ficar sozinha... =/ 
Eu sei que o hotelzinho será bom pra ela, para o seu aprendizado e que o convívio com aqueles bebezinhos fará muito bem a ela. Não tenho ciúmes. Mas algo me doía muito.. nas primeiras horas em que fiquei ali entre ela, as tias do berçário e os outros bebês, Maria Joana transparecia desespero e medo do momento certeiro que eu iria sair dali. Eu tentei passar calma e segurança, mostrando a ela que ali tudo estaria bem e que, mesmo na minha ausência, ela estaria segura.

O ambiente é tão aconchegante...
Procurei mostrar proximidade com a berçarista, pra que Maria se sentisse segura com ela. Não, não senti ciúmes... nem um pouquinho. Eu senti um aperto muito grande no peito por ver minha filha chorando muito e não poder acalmá-la da minha forma. Eu sabia que era simples: era só pegá-la no braço e ela automaticamente pararia de chorar, se agarraria em minha roupa e me pediria com os olhos pra voltar pra casa.

Maria Joana interagindo com tia Amanda e os coleguinhas
Mas nem sempre o que é simples é a melhor decisão quando se trata de filhos. Nem sempre eu poderei estar junto com ela nos seus momentos de medo e desespero, esperando o momento de ela derramar a primeira lágrima pra eu pegá-la imediatamente no colo. Ela tinha que se acostumar com as tias do berçário, com os coleguinhas e com o ambiente, com aquela salinha onde ela passará boa parte de seus dias - sem a minha presença. 

A cada dia os momentos de desapego se fazem necessários e só quando assumimos o papel de mãe é que sentimos o tão falado - e zombado - aperto no peito. Dói mesmo.. dá vontade de telefonar toda hora para o hotelzinho e perguntar se ela chora muito, se ela já se acostumou com o berçário, se raspou o pratinho na hora do almoço, se chamou por mim, se chorou na hora de tomar banho...

Aos poucos ela foi se soltando
Todo mundo acha graça ao ouvir isso e diz que "toda mãe e igual". Mas pra quem é mãe, esse é o temido aperto no peito e ele realmente dura o dia todo. Mas, em apenas dois dias, já é perceptível o desenvolvimento de Mariazinha desde o hotelzinho. Desde o engatinhar - agora ela fica o tempo todo tentando ficar com os joelhos fixos no chão - até o ato de bater palminhas. Pelas horas que eu fiquei ao seu lado, junto com os coleguinhas do berçário, percebi que ela observa todos os movimentos dos coleguinhas e em seguida tenta avançar nos próprios movimentos. Tão fofinho... #)   

Maria Joana e João Pedro
          

3 comentários:

  1. Até eu, mesmo sem ser mãe, senti um aperto no peito com a primeira foto. Cândida

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  2. É isso amiga. Tb fiquei com o coração apertado, mas passou. Agora sofro pq ela pede para eu não ir trabalhar para ficar com ela.
    Beijos**

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  3. ooowww Pri, q texto lindo... mas é assim, faz parte do 'kit da maternidade'...
    Ah, Pri, o Mãe Reincidente está de endereço e roupa nova: www.maereincidente.com
    Se der, troque o link e, depois dê um pulo lá!
    Grande bj nas duas!

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