sexta-feira, 1 de março de 2013

Recomendações para publicidade em programas infantis

Uma ótima notícia que foi publicada na Agência Brasil:


Novas recomendações para publicidade em programas infantis começam a valer hoje

01/03/2013 - 6h23
Thais Leitão

Repórter da Agência Brasil

Brasília – A partir de hoje (1º), estão proibidas ações de merchandising (publicidade indireta colocada em programas, com a exposição de produtos) dirigidas ao público infantil em programas criados ou produzidos especificamente para crianças em qualquer veículo. A norma faz parte das novas recomendações para a publicidade que envolve crianças e adolescentes, definidas no Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária.

Segundo o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), a publicidade de produtos e serviços direcionada a esse segmento deve se restringir aos intervalos e espaços comerciais.
As alterações, incorporadas à Seção 11 do código, que reúne as normas éticas para a publicidade do gênero, também preveem que as ações de merchandising em qualquer programação e veículo não empreguem crianças, elementos do universo infantil ou artifícios publicitários com o objetivo de captar a atenção desse público específico.
Segundo o Conar, a nova redação é fruto de um pedido da Associação Brasileira de Anunciantes, reconhecendo a necessidade de ampliar a proteção a públicos vulneráveis, e representa um aperfeiçoamento das normas anteriores. O órgão ressalta que, ainda que seja de adesão voluntária, o documento é unanimemente aceito e praticado no país por anunciantes, agências de publicidade e veículos de comunicação.
Ao defender regras mais restritivas para o setor, o Conar destaca ser contrário à proibição total da publicidade infantil, por entender que se trata de parte essencial da educação. “Privar crianças e adolescentes do acesso à publicidade é debilitá-las, pois cidadãos responsáveis e consumidores conscientes dependem de informação", disse, em nota, o presidente do conselho, Gilberto Leifert.
Para definição do público infantil, o código adota os parâmetros do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). De acordo com o ECA, são consideradas crianças meninos e meninas até 12 anos de idade incompletos e adolescentes, os que têm entre 12 e 18 anos de idade.
Na avaliação de Ana Cláudia Bessa, uma das fundadoras do movimento Infância Livre de Consumismo, coletivo formado por pais e mães inconformados com os estímulos da publicidade infantil ao consumo excessivo, é preciso esperar para verificar como as novas regras serão colocadas em prática e de que forma o Conar vai lidar com possíveis descumprimentos.
A ativista, que defende o consumo consciente, teme que a incorporação das recomendações seja um “movimento de bastidores” para  evitar que o Brasil tenha uma lei específica que regulamente o assunto.
“O Projeto de Lei 5.921/01, que proíbe a publicidade dirigida à criança e regulamenta a publicidade dirigida a adolescentes, tramita há mais de dez anos no Congresso Nacional. Tenho receio que, diante da grande pressão da sociedade, o Conar tenha feito essa alteração para evitar mudanças mais profundas, previstas no projeto”, disse.
Ela lembrou que a autorregulamentação do setor, exercida pelo Conar, é importante, mas não é suficiente, uma vez que o código em que se baseia não tem força de lei. “O Conar apenas recomenda. A lei é fundamental porque é preciso haver alguém que puna, que aplique multas pesadas em caso de descumprimento”, destacou.
Segundo especialistas, as crianças não têm desenvolvimento psicológico suficiente para identificar estratégias de persuasão utilizadas nas peças publicitárias e facilmente confundem o cenário e os resultados produzidos com a realidade.
É disso que a assistente de direção de arte Thaiane Pinheiro, 23 anos, se queixa. Mãe de um menino de 5 anos, ela diz que é preciso haver “muita conversa” e firmeza nas decisões para driblar o impulso consumista despertado pela propaganda nas crianças.
“Normalmente, ele quer todos os brinquedos que aparecem nos comerciais. Eu converso muito com ele e sempre dou [presentes] em datas comemorativas, como Natal e aniversário”, disse, destacando que é comum que o carrinho ou o boneco tão pedido perca a graça em pouco tempo.
“Muitas propagandas iludem as crianças. São sempre coloridas, mágicas e trazem a sensação de que, com o brinquedo, a criança pode ser um super-herói. Quando elas ganham o brinquedo ficam felizes por umas duas horas até descobrir que ele [o brinquedo] não faz tudo o que estava no comercial e logo passam a querer mais e mais”, disse.
Edição: Lílian Beraldo
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A atuação do enfermeiro na Educação Infantil

Os berçários e hoteizinhos têm sido importantes aliados na educação infantil das crianças. Enquanto os pais trabalham, estudam ou realizam outras atividades, têm a confiança de que há profissionais não apenas tomando conta, trocando fraldas ou colocando para dormir, mas principalmente desenvolvendo atividades pedagógicas capazes de estimular a coordenação motora e cognitiva das crianças. 

Enfermeira mostra primeiros cuidados em casos de acidente
Para que o projeto pedagógico implementado na instituição atenda às necessidades das crianças, é necessário que o berçário ofereça uma equipe multidisciplinar, composta por pedagogos, monitores, nutricionistas que elaborem um cardápio saudável e outros profissionais adequados para atuar na educação infantil. Por isso, os berçários que possuem em seu quadro funcional profissionais da área de saúde se destacam por transmitir segurança e tranquilidade aos pais. 

Quando os familiares não estão por perto, são esses profissionais que promovem atividades realmente benéficas à mente e ao corpo da criança e previnem acidentes e machucados. E, mesmo quando os acidentes ocorrem, estão perfeitamente qualificados para tratar dos primeiros cuidados. Esse é o caso do Berçário Hotelzinho Primeiros Cuidados, fundado e gerido por uma equipe de enfermeiras. Para a enfermeira e gestora da instituição, Vilma Pereira, a presença desse profissional na equipe é fundamental não só para cuidar da saúde da criança, mas também para coordenar, orientar e supervisionar os outros profissionais que estão em contato direto com as crianças. 

“Nessas instituições, o enfermeiro executa treinamento com as cuidadoras - que no nosso caso são todas auxiliares de enfermagem -, capacitando-as a avaliar a criança sob um olhar profissional direcionado, avaliando sua frequência respiratória, cardíaca, sinais vitais e se o desenvolvimento está condizente com a idade cronológica. Em caso de qualquer alteração, administramos os primeiros cuidados, prevenindo assim uma maior complicação, com base nos conhecimentos de puericultura”, afirma Vilma.


Profissionais de saúde atuam na Educação Infantil
Em sua grade curricular, o enfermeiro tem conhecimentos técnicos e científicos a respeito de cuidados com crianças saudáveis e hospitalizadas. Por isso, nos berçários, eles têm autonomia para aplicar cuidados de enfermagem em todas as circunstâncias que se fizer necessário. Além disso, a orientação direcionada aos pais e o esclarecimento de suas dúvidas são elementos fundamentais para que eles se sintam tranquilos e seguros com relação aos seus filhos. 

No entanto, Vilma enfatiza que os cuidados frequentes com a criança não devem ser deixados de lado por conta disso. “A presença do enfermeiro no berçário não substitui outros papeis. Não isenta os pais, por exemplo, das consultas periódicas e/ou emergenciais com os pediatras de seus filhos e outros profissionais quando necessário”, destaca a enfermeira.


Aula de massagem shantala com mães e profissionais
Por todas essas e outras razões, instituições que têm em seu quadro equipes de enfermagem vão além de um bom lugar para as crianças passarem o dia. O diferencial é notório, graças ao olhar clínico do enfermeiro, capaz de identificar qualquer alteração a tempo de tomar as devidas providências. “O espaço deixa de ser um lugar onde a criança tem seus cuidados de higiene e sono preservados para ser algo muito além disso. Parece chiclê, mas antes prevenir do que remediar”, acrescenta Vilma. 

*Texto originalmente publicado na coluna sobre maternidade, no Jornal da Cidade de domingo, 24/02.