segunda-feira, 29 de março de 2010

E NO TRABALHO...

Pela manhã, fui pegar logo o resultado da ultrassom... fui conversando com André e Sr. Jackson no carro, me preparando pra dar a notícia lá na Secom. Essa coisa de dar a notícia é uma parada meio constrangedora. Você sabe que as pessoas vão fazer enxame e sempre fica envergonhada. Mas o lado bom é que, quando eu digo que estou com quatro meses, todos dizem que a barriga ainda não está aparecendo... rsrsrs.

Tiramos fotos na Secom, com todo mundo, pra comemorar a notícia, inclusive com a ultrassom na mão. Mas ninguém se lembrou de passar as fotos para o computador kkkkkkkkkkkk.


Seguem abaixo as primeiras fotos de Maria Joana, tiradas no dia 24 de março de 2010. 



Maria Joana de frente e de perfil

A preguiçosinha de boca aberta



domingo, 28 de março de 2010

AMOR X AUTORITARISMO

Por esses dias, eu estava me lembrando de um livro que há alguns anos pude ler, do escritor Roberto Freire. Várias obras dele permeiam a minha relação com Rafa. Em um livro chamado 'Ame e dê vexame', ele diz que o amor de mãe é o mais autoritário que existe. É o tipo de amor que justifica tudo: chantagens, falta de ética, mentiras, rasteiras... etc. Elas dizem... "Eu fiz por amor ao meu filho". 

O autoritarismo do amor de mãe é tentador. Você quer mandar nos relacionamentos de seu filho, quer controlar as emoções, saber cada passo e abrir cada gaveta que ele tem. Guiar o rumo da vida dele talvez seja o fetiche de quase todas as mães. Algo interessante a se pensar...


AS DESCONFIANÇAS

Depois que eu contei a novidade em casa, agora só falta Rafa falar a verdade na casa dele.  À noite iríamos a uma festa de aniversário de Bárbara, prima dele. Pensamos se não seria a hora de contar. Estaria a família toda presente, então poderia ser um bom momento. E talvez estando os dois na hora da notícia, ambos teriam mais forças.

Quando chegamos na casa de Rafa, a família toda estava presente, a avó, o avô e as tias. Sò faltava a mãe. Mas ele foi se arrumar pra festa e depois todas saíram de carona. Ficamos a sós com uma das tias dele. Então, pensei se não seria o momento de ela saber e até poderíamos ficar lá conversando com ela. Mas ele achou que poderia ser ruim dar a notícia ali, naquele momento, porque ela estava sozinha em casa. Realmente, você receber uma informação dessa e não ter ninguém pra comentar ou desabafar é meio chato.

Então fomos embora. Na festa tinha muita gente, praticamente a família toda, inclusive a mãe. Ficamos ali discutindo o melhor jeito de contar. Pensamos em Rafa puxar a avó num canto e falar a verdade. Mas ficaria feio para os outros. Anunciar estava fora de cogitação, não queríamos 'estragar' a festa de Bárbara. Todas as atenções estavam voltadas para ela, seria injusto.

Eu estava na mesa, refletindo o melhor jeito de fazer as coisas, já acreditando que aquele não seria mais o melhor momento, quando Rafa perguntou, de repente:

- Pri, qual o melhor jeito de falar? 'Pri está grávida' ou 'Eu vou ser pai?'

Eu não aguentei e caí na risada. Na falta de segurança, é melhor deixar pra depois. Em meia hora sairíamos dali pro show de reggae na praia, então também seria sacanagem dar a notícia e cair fora. Olhei para minha sogra e fiquei imaginando a cara dela quando Rafa desse a notícia. Nem eu sabia se queria presenciar ou não.

Só sei que depois da festa, Maria Joana curtiu seu primeiro show de reggae. E é danadinha, já. Ficou ligada até as cinco horas da manhã. kkkkkkkkkkkk =)  

sexta-feira, 26 de março de 2010

A TURBULÊNCIA DA NOTÍCIA

Acho que hoje foi um dos dias mais turbulentos dessa surpreendente gravidez. Pela manhã, Maria Joana ganhou seu primeiro presentinho. Tia Karolízia deu um par de sapatinhos rosa e uma tiarinha branca para o cabelo. E ainda tinha um bilhetinho dizendo: "De tia Lízia para Maria Joana". rsrsrs. Lízia e Flavinha foram as primeiras da Secom a saber.

Quando voltei pra casa com esse presentinho, não sei porque cargas d'água tomei coragem para dar a notícia em casa. Não tenho idéia qual a relação entre uma coisa e outra. Não  sei se porque fiquei mais animada quando vi o presentinho... Mas enfim, quando cheguei, minha mãe estava colocando minha sobrinha pra dormir, meu pai estava bebendo cerveja na mesa do quintal e o resto do pessoal estava assistindo TV. O ambiente rotineiro da minha casa.       

Estava esperando passar o aniversário da minha mãe para contar, porque não tinha a intenção de estragar a festa dela, mas decidi contar logo. Ela tava deitada no quarto quando eu cheguei. 

- Mãe...
- Oi.
- Eu tô grávida.

Ela ficou olhando pra mim por alguns segundos com uma feição de espanto. 

- Eu tô falando sério, mãe... eu tô grávida.
- Priscila, você não tem juízo não é?
- Mas mãe... eu não posso fazer mais nada, ela já tá vindo. 
- Mas você tinha várias maneiras de ter evitado.
- Eu sei, mas agora já vem.. eu não tô triste não, mãe... eu tô trabalhando, Rafa também e a gente vai casar, já tá comprando algumas coisas.
- Mas rapaz... você tá começando a vida agora. Já é difícil começar a vida, imagine com um filho. Você não tem casa, não tem seu transporte próprio...
- Eu sei, mas isso se constrói aos poucos... eu tô feliz!
- Você é quem sabe...

E ficou com uma expressão de decepção. Depois que eu criei coragem, fui contar a meu pai.

- Pai, já tá sabendo a novidade?
- Depende... qual a novidade? - Perguntou ele com um sorrisão no rosto, achando que poderia ser uma aprovação em concurso público ou algo que eles sempre sonham pra gente.
- Eu tô grávida.
- É sério? - Ele perguntou e abriu um sorrisão.
- É sério.
- Mas... é verdade  mesmo? Tem certeza?
- É sim..
- O pai é Rafa? - Qualquer uma se ofenderia com essa pergunta, mas entendo o lado dele rsrs.
- É, o pai é Rafa e a gente vai se casar.
- Que bom, então.. fico feliz por vocês.
- E é uma menina...
- Já sabe o sexo? Caramba.
- É, é uma menina e o nome é Maria Joana, o pai já escolheu.
- Que coisa boa, gostei da novidade, gostei de ser menina e gostei do nome mais ainda. Foi meu presente de aniversário. 

O aniversário dele é no dia 27, seria no dia seguinte. Depois eu saí e fui trabalhar. Mas fiquei mais aliviada depois que contei.

quarta-feira, 24 de março de 2010

A GRANDE DESCOBERTA

Logo pela manhã já saí de casa meio triste... Uma bateria de exames me esperava, incluindo até mesmo um teste para saber se sou soropositiva ou não. Glicemia, urina, fezes... toda a parafernália que os médicos adoram passar, 'pra saber se está tudo bem'. Como a conta foi para o cartão de Rafa (hihi), ele foi junto comigo. Mas o maior de todos os exames, só à noite: a misteriosa ultrassonografia!


Mas, o mais doloroso de tudo não foi fazer a coleta do cocô nem sair de casa em jejum, embora essa última parte seja o cúmulo do absurdo. A conta dos exames foi uma verdadeira talacada no nosso bolso. Só nessa brincadeirinha, já se foram mais de R$ 240. Estão vendo, meninas? Antes de ficarem dizendo "ôoo" e afirmando que também querem encomendar o rebento, pensem bem antes de seguir o meu exemplo.

Pois bem, mesmo morrendo de fome e de sono, só fui atendida lá pras 10 horas da manhã. Missão cumprida, fui me acabar de comer lasanha com Rafa. Jurei que seria o último dia a tomar refrigerante, mas tá difícil.. rsrsrs. Acho que fica pra amanhã.

UMA MENINAAAA!!!!!

À noite, a tão esperada hora de ver se realmente existe uma criança aqui dentro, se é menino ou uma menina, se realmente está vivo, qual o tamanho que tem e quantos meses... nada disso eu sabia. Quando finalmente pude fazer a ultrassonografia, a ansiedade era enorme. Dei um jeito de arrancar Rafa da Aperipê e fomos embora. Íamos nos encontrar no shopping, mas na dúvida do sim ou do não no exame, era melhor ele estar comigo. Cheguei lá com o coração saltitando de ansiedade... logo fui chamada e a médica começou aquele velho diálogo...

- É exame de rotina, mocinha?
- É sim, doutora... na verdade, não... mais ou menos. Assim, é que eu desconfio de uma gravidez... - disse eu, com a maior vergonha do mundo.
- Sei...
- Doutora, será que se eu estiver grávida, dá pra ver a criança?
- Bom, depende. Se tiver mais de um mês, a gente consegue ver sim. Você acha que tem um mês?
- Não sei, doutora.. eu acho que pode ter um pouquinho mais.

Quando ela enfiou aquele bicho desconfortável em mim, falou que estava sentindo que tinha alguma coisa mais. Então, ela retirou aquilo e passou a fazer a ultrassom com aquele gelzinho gostoso na barriga. Quando ela arregalou os olhos, eu tomei aquele susto.


- Nossa!! Que menino grande!
- Grande? Como assim, doutora?
- Olha que lindinho, já está todo formado... Moça, esse menino é grandinho, viu? Você está vendo?
- Não, mais ou menos... onde está a cabeça?
- Ói ela ali... nossa, que perfeição. Está vendo os bracinhos?
- Agora eu tô.. será que ele tem quantos meses? - perguntei eu, com os olhos já cheio de lágrimas.
- Pelas imagens, eu acho que deve estar perto dos quarto... e acho que não é ele não, viu? Está parecendo que é uma florzinha - disse a médica, com um sorrisão no rosto.
- Uma menina?????? Como assim, já dá pra ver o sexo?
- Mais ou menos.. não dá pra ter 100% de certeza. Na verdade, ainda não comprem as coisas, esperem mais detalhes no quinto mês. Mas eu tenho quase certeza que é uma menina.
- Doutora, posso chamar o pai? Ele tá aí fora...
- Pode sim, chame.

Rafa entrou na sala com a cara de bobão, meio sem graça. É claro que eu não perdi tempo!

- Rafa, a médica disse que tem quatro meses!
- Calma, eu disse que está quase...
- E ela falou que é uma menina!!
- Menina, tenha calma.. que menina ansiosa é essa? Eu disse que tem DEVE ter quase quatro meses e que provavelmente é uma menininha... mas nada disso é certeza.

A partir de então, deu pra ver claramente nossa menina, cujo nome Rafa já havia escolhido antes mesmo de imaginar em ter uma filha. Mariazinha estava lá se mexendo, levantando a cabeça e as mãozinhas, mexendo os pés e até mesmo virando o rosto pra gente.


- É bem espevitadinha essa garota - disse a médica.
- É, vai puxar a mãe - falei eu, com os olhos cheios de lágrima, enquanto Rafa estava imóvel, mudo e com água nos olhos. Durante a consulta inteira, ele não falou nada. E Maria Joana se mexendo feito a gota, enquanto eu ria e esboçava reações. Até o coraçãozinho dela deu pra ouvir.

Foi a partir desse momento que eu adorei a idéia da gravidez. Até hoje foi o momento mais mágico que eu já tive. Queria que todos tivessem a oportunidade de sentir o que eu senti naquele momento, em choque, imaginando que aquela garotinha toda espevitadinha tá dentro da minha barriga.