terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Africanizando Sergipe

Africanizando Sergipe
Rafael Aragão*

O Brasil é um país que tem forte influência Africana. Seja nos costumes, na comida, na música, no vestuário. Toda casa tem um pouco de África, dizia uma música do extinto grupo pernambucano Sheik Tosado. No entanto, isso não impede que nos deparemos com situações de preconceito racial. Em  2011, tivemos dois casos que tomaram projeção nacional e foram discutidos não só nas ruas, como nas já massificadas redes sociais. 

O primeiro foi o de  Jair Bolsonaro, deputado federal (PP-RJ), ao dizer num quadro do programa CQC da Band que não corria o risco de filhos namorarem mulheres negras por que eles foram "bem educados" e que não discutiria essa "promiscuidade". No outro caso, uma jovem que estagiava  em uma escola de São Paulo  foi convidada a alisar o cabelo, para "melhorar" a aparência. Como não aceitou a proposta, foi transferida do atendimento ao público para as funções de arquivo. A jovem prestou queixa depois do ocorrido.
 
Por isso, considero importante estar sempre reafirmando minha negritude e apoiando ações de valorização e respeito pela cultura afro. E foi com esse pensamento que aderi à campanha "Eu Africanizo Sergipe". A campanha  faz parte do festival  Wapi Brasil . A Wapi surge no Quênia e que significa ( Words and Pictures), ou seja, palavras e imagens. 

É um festival que, segundo seus organizadores, "é uma plataforma cultural para poetas, designers, MC's. dançarinos, grafiteiros, desenhistas, cartunistas, cantores e artistas envolvidos em qualquer arte visual e verbal, com ênfase na cultura afro-diasporica.". Neste ano foi realizado o primeiro Wapi Brasil em São Paulo com o tema "Eu africanizo São Paulo". Os MC's Marcos Santos e Anderson  Passos, mais conhecidos como Marcão e Hot Black, trouxeram a campanha pra Sergipe já vem movimentando as redes sociais com as fotos do "Eu Africanizo Sergipe".

Na última sexta feira dia 23, eu e minha filha Maria Joana fomos fazer uma das fotos da campanha, no estúdio da tv Aperipê, juntamente com artistas e ativistas locais. Foi muito prazeroso fazer as fotos, claro que o fato de estar junto com Maria Joana era especial. Apesar de pequenina, sua desenvoltura foi elogiada por todos. Para mim era muito importante estar com ela, são nesses pequenos gestos que vou ensiná-la sobre a importância da cultura negra para a formação do nosso país, de ter orgulho da histórias de Zumbi e  João Cândido, o respeito às religiões de matriz africana. E que nunca tenha medo de Africanizar, que ela espalhe um pouco de África por onde for. 

* Rafael Aragão é o pai de Maria Joana e autor desta postagem.

Confiram quem já está "Africanizando Sergipe" 



quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Minha estrelinha do mar

Sua primeira experiência no mar
Sei que era uma dívida histórica, mas já estou quite com minha prendinha. Tudo bem, eu sei, demorei um ano e três meses, mas finalmente Maria Joana conheceu o mar!

Domingo passado fui me encontrar com históricos companheiros de UFS e de movimento estudantil e encontrei com ela lá (que foi levada pelo pai, na verdade). Ah, ela adorou o mar! 


Nada como as "piscinhas" para as crianças!

Gente, descobri que minha filha é tão praieira que até eu mesma me animei para ir mais vezes à praia. Os gritinhos de felicidade dela quando as ondas passavam pelas perninhas eram sensacionais! E, como não podia ser diferente, o trabalho que ela me deu foi para tirar o maiô e ir pra casa.

Quem topa ir com a gente da próxima vez? Vou levá-la toda semana, agora. :-)

sábado, 17 de dezembro de 2011

"Crianças cientistas"

Sid, o cientista
Maria Joana ainda não tem idade para assistir aos desenhos animados (ou outro tipo de programa) e compreender o conteúdo. No máximo, ela entende quando toca uma música e começa a bater palmas e a dançar. Isso é normal, ela ainda tem pouco mais de um ano.

Mas meus sobrinhos assistem a vários desenhos, e sempre que estou em casa, presto um pouco de atenção na programação. Recentemente, percebi um desenho muito interessante para crianças em idade pré-escolar... naquela fase de grandes descobertas: Sid, o cientista. Não sei se passa em outros canais, mas é exibido no Discovery Kids e na TV Cultura.

Sid é um garoto de cinco anos que observa atentamente tudo ao seu redor, faz várias perguntas e tem sede de aprendizado. Ele reúne os amigos em volta da tia Susie (que eu acho que deve ser uma professora), para fazer vários experimentos e observações científicas.

Tia Susie fazendo experimentos com as crianças
Mais interessante do que a criatividade de Sid e dos amigos, é observar a paciência e a compreensão tanto da professora quanto da família de Sid para ensiná-lo e tirar suas dúvidas.

Depois que assisti ao primeiro episódio, passei a prestar mais atenção para eu mesma aprender formas interessantes de ensinar a Maria Joana sobre as coisas rotineiras quando ela começar a aderir ao "o que é isso" e ao "porquê" (ansiedade para que chegue essa época!!). 

Recomendo muito às mães e pais que precisam de ajuda na hora de explicar as coisas aparentemente inexplicáveis às crianças. Não só desperta a criatividade nas crianças, como também ajuda os pais a serem didáticos com os filhos. 


Abaixo, um trecho sobre o desenho que li em um site sobre pedagogia e educação infantil:


"Os principais valores educacionais de Sid, o Cientista são estimular as crianças a pensar, falar e trabalhar como cientistas, embasado em sua curiosidade natural pelo mundo; demonstrar que a ciência está por toda parte; contribuir para a preparação escolar, fomentando as habilidades intelectuais das crianças, a motivação para aprender e a confiança em si mesmos como estudantes; e apoiar a aprendizagem com o objetivo de criar um “clima de curiosidade” para as crianças."

Super-recomendo!!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Chapolin Colorado, muita criatividade e uma ótima socialização


A criativa decoração do Chapolin Colorado
O que vemos em um aniversário geralmente são mesas e cadeiras muito bem espalhadas no espaço (geralmente o quintal de casa ou um salão de festas), com o espaço de decorações à parte. Uma big mesa onde ficam a torta e toda aquela gama de enfeites temáticos, ao lado da caixa de presentes e a infalível e irresistível mesa de doces e chocolates por perto.

Mas, no último domingo, Maria Joana e eu fomos a uma festinha de aniversário super criativa e diferente. Era a festinha de um aninho do Ravi, filho da querida Débora, contemporânea da UFS. O tema por si só já é bastante criativo: o Chapolin Colorado. A decoração do espaço em vermelho e amarelo foi um charme total!

O melhor espaço de socialização
que já vi em uma festinha
Mas, além da marreta biônica e das anteninhas de vinil que fizeram a gente recordar de nossa infância (quem nunca curtiu o Chapolin Colorado?), um detalhe muito bom chamou a atenção e fez o diferencial de todas as festas para onde já fui.

Além das mesas colocadas no salão, Deby criou um espaço de integração muuuuito divertido, com tapetes, esteira e várias almofadas no chão. As crianças adoraram e Maria Joana se jogou. Rolou, caiu, levantou, deitou... ela amou a ideia.

Uma coisa simples e que fez da oportunidade um grande espaço de socialização entre mamães e bebês. O cenário não foi "cada amigo em suas respectivas mesas", mas todas as mamães e as crianças interagindo no chão, entre as almofadas, descalças... enfim, à vontade!

Os bebês brincando entre as almofadas
 
Mamães e filhotinhos à vontade...
Tá aí boa ideia para as mamães e papais :-)

A mamãe e o aniversariante

Hellen e a pequena Lys, ao lado de Ravi e da mamãe Deby

Maria Joana e sua nova amiguinha, Ananda.
As duas brincaram juntas quase a noite toda. rsrs

Quanta gente feliz!

Ravi, Maria Joana e a marreta biônica interagindo entre si
As crianças aprovaram o espaço de socialização

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Viva la playa!!!

Concentrada na arte de "areiar" o carrinho
Depois de passar mais de um ano sofrendo bullying por nunca ter levado Maria Joana à praia, finalmente decidi enfrentar meus medos e apresentá-la ao litoral aracajuano. 

Tinha medo de que ela tossisse muito com o vento da praia, de que a areia pudesse entrar em seus olhinhos ou de que um louco jogando vôlei pudesse esbarrar na minha pequena prendinha. Mas me convenci de que isso era superprotecionismo e acatei a sugestão da dinda Dí. 

Assim que ela apresentou uma melhora com relação à tosse, coloquei em Joanoca o maiô lilás cheio de babadinhos, as havaianinhas do tamanho de uma borracha, e carreguei os brinquedinhos de praia ainda inutilizados.


Um charme com o novo maiô lilás
Mas mãe é bicho besta, viu?! Medos ridículos! 

Maria Joana se jogou na areia e adorou a experiência!! Não queria mais saber de colo e nem do resto do mundo. 

Conversou bastante e achou engraçadíssimo o fato de a areia cair entre os dedos. 

Gostou tanto que depois abriu três berreiros o resto do dia: o primeiro para não ir embora, o segundo para não tirar o maiô e o terceiro quando finalmente chegou em casa. 

Mas o que importa é que assim como a mamãe e o papai, ela virou fã da praia e me disse que quer voltar mais vezes. Claro que, como diz meu sobrinho, na "língua dos bebês". 


Jogaaaada na areia!
Obs.: Não posso mentir para os fãs de Maria Joanoca. Não foi nessa experiência que ela conheceu o mar. A areia estava muito quente e mamãe estava com preguiça. Vai ficar para a próxima! =P

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Mãe pode tudo! Pode mesmo?

Qual mãe nunca pensou que poderia responder em nome dos filhos em qualquer situação ou resolver qualquer problema que envolvesse o nome deles? Qual mãe nunca ouviu aquela incômoda pergunta: "E você pode?" e respondeu logo "É claro. Eu sou a mãe, se eu não puder, quem pode?"


Há meses eu perdi a carteirinha do plano de saúde de Maria Joana e sempre adiei solicitar a segunda via. Sempre que a levo ao consultório, vou (ridiculamente) com um papelzinho onde anoto o número do plano. Tudo por comodismo. A questão é que Maria Joana é dependente do plano de saúde do pai, pois eu não tenho.


Essa semana levei minha bonequinha pra fazer alguns exames e quando a "moça do balcão" pegou o papelzinho, disparou: "Olha, é melhor você solicitar o cartãozinho dela, porque eu estou aceitando, mas outra pessoa pode se recusar a aceitar". Então expliquei que ela era dependente do pai e perguntei: "Mas eu posso solicitar?"


E, para meu próprio espanto (posterior), antes que a moça pudesse responder, eu mesma me encarreguei: "Claro que posso né, eu sou a mãe!!", com toda a autoridade de quem reivindica a coroa da realeza britânica. A coitada não tinha mais nem o que dizer.


Então fui hoje, com toda a minha pose de mãe e depois de uma boa espera, me apresentei logo, é claro ("Sou a mãe de Maria Joana"), e disse o que queria. Foi quando a outra "moça do balcão" me deu uma bofetada: "A senhora não pode solicitar não, tem que ser o pai".
Mamãe em crise...


Gente, paralisei. Como assim a mãe não pode? Perguntei três vezes (três!): "Mesmo eu sendo mãe... não posso?!". 


Sei que muitos de vocês estão rindo agora, e até eu me sinto um pouco ridícula por essa história. Mas na hora fiquei sem ação. Uma mãe ouvir que "não pode" fazer algo em nome da filha (ainda mais de 1 aninho)... pega a gente de jeito, né?!