terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Historinhas de mamães...

Recém-nascidos são todos iguais. Mamam bastante e ainda se acordam várias vezes à noite para mamar. Mas, assim que completou um mês, minha filha passou a dormir durante a noite toda. O sonho de toda mãe acabou caindo no meu colo: um bebê de um mês que dorme a noite toda!

No entanto, antes do parto, eu havia ouvido história de dezenas de mães que passavam vários anos se acordando duas ou três vezes por noite para alimentar seus filhos. Por isso, numa bela noite em que me acordei de madrugada e minha filha ainda dormia, senti algo estranho: como ela não tinha se acordado para mamar?

Ao perceber que ela continuava imóvel no berço, decidi verificar se ela ainda estava viva. Posicionei a mão à frente do narizinho e percebi que ela respirava. Mas não consegui mais dormir naquela noite. Volta e meia eu me levantava e observava se a barriguinha dela "subia e descia".

Até um tempo atrás, eu morria de vergonha dessa história, porque me achava ridícula. Mas hoje não encontro nenhuma mãe que não tenha feito isso. O que eu acho invrível é que atitudes como essa não partem de recomendações. As mães simplesmente o fazem na hora em que o instinto materno "apita".
        
Ontem, em uma reunião de trabalho, conheci uma jornalista que tem uma filhinha de seis meses. Conversa vai, conversa vem, ela contou a todos os presentes que, durante a noite, quando a filha dorme demais, ela aciona a lanterninha do celular e aponta para o berço, com o intuito de observar se está tudo bem.

Super me identifiquei! Eu também faço isso, amiga. No silêncio inquietante e na preguiça de me levantar, eu ligo o celular e aponto para a barriguinha de Maria Joana, pra ver se está tudo bem.

Mesmo que não tenha acontecido nada que cause motivos de preocupação, a gente acaba agindo assim. O que será que explica isso?

Quando várias mães me diziam que eu iria passar noites sem dormir, eu achava que seria sempre acordada pelo choro de minha filha. Mas ocorre o contrário. Eu nunca durmo uma noite inteira porque volta e meia me acordo para ver se está tudo bem. Hoje eu entendo a explicação para as noites mal dormidas: "vigiar" o berço é uma coisa que vicia. 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O indestronável sorriso no Carnaval

Minha estrelinha devidamente fardada
Esse ano nosso Carnaval foi o máximo! Não teve as farras de Neópolis, nem a bagaceira de Pirambu, muito menos o furdunço de Olinda... mas teve Maria Joana e seu indestronável sorriso no rosto (como descrever uma filha que sorri o tempo todo?).


Esse ano decidi dedicar meu Carnaval inteiro às farrinhas de minha filhota. Mentira, não vamos ser hipócritas: atividades extra-maternidade fazem parte (e devem fazer, é claro) de outros momentos... mas vamos aos assuntos permitidos para todas as faixas etárias.


Primeiro, Maria Joana teve seu próprio Carnaval: a comemoração com os coleguinhas da escola. Sim, nessa os papais ficam de fora.


Também rolou o Carnaval mirim do Mama Devi, nosso cada vez maior grupo de mamães que estão sempre se reunindo para trocar ideias, dilemas, experiências, prazeres... as coisas da maternidade!


MJ e Arthurzinho no Carnaval mirim do Mama Devi
Ele, todo gentil... ela, toda descabelada!
Depois, presenteei meu bibelô com a blusinha do Mengão que eu havia ganhado de presente quando nasci. Indescritível ver minha miniatura com aquela camisa que tanto usei. E, claro, a levei para um local de grande aglomeração de pessoas, para que todos pudessem admirar minha obra de arte vestindo o Manto Sagrado: a praia.

Arrepiando no Rasgadinho.
Foto: Jorge Henrique.
Preciso dizer minha pose com ela no braço? Só tirei a blusa quando vi que a bichinha realmente estava com calor.


E, depois de um dia inteiro de praia e "sombra fresca", também levei-a para a matinê do Rasgadinho (devidamente fantasiada de ciganinha). 

Não sei a quem essa menina puxou, só sei que no quesito farra, ela tá com tudo: pulou, dançou, brincou... e ainda pedia mais! 

Agora só no São João, minha filha. E o vestido já está pronto, viu?! 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A primeira cicatriz

Carinho de mãe é o melhor remédio?
Sempre que minha filha "ganha" um machucadinho de leve e vem até onde eu estou aos prantos, adoto o famoso e milenar ritual materno de cura: assopro e beijo o local ferido. Ela olha com curiosidade e sorri, achando certa graça. Mas logo "passa a página" e depois sai correndo novamente, pronta pra outra quedinha. 

Quem é que não se sente a superpoderosa nessa situação? O carinho de mãe parece ser o melhor remédio para a dor. E, de tanto observarem a gente fazendo isso, parece que eles têm realmente a ideia de que aquele sopro ou uma alisadinha fizeram a dor passar instantaneamente. 

Mas, e quando não temos a segurança suficiente pra passar nesse momento? Infelizmente, quando o machucado é mais forte, torna-se necessário passar tranquilidade e a segurança de que "tudo vai ficar bem" para a criança. Mas cadê a força?

Há alguns dias, Maria Joana cortou o supercílio ao bater o rosto na ponta da cama. Imediatamente, o olho machucado inchou e logo um grande hematoma tomou conta do local. Em poucos segundos, saía muito sangue. Mesmo nervosa, eu a peguei no colo e tentei fazer uma compressa antes de levar para a urgência pediátrica.

Mas acabei tendo uma incontrolável crise de choro. Depois de poucos minutos, ela já nem chorava mais. Ao contrário da mãe, que quanto mais via aquele olho inchado, mais chorava. No caminho para a urgência, ela já brincava em meu colo, com a tranquilidade de quem não tinha sequer caído. Mas eu chegava a soluçar de tanto chorar. 

Foi quando Maria Joana olhou para meu rosto com ar de espanto, depois sorriu e começou a alisar meu braço. Entendi que sua intenção era me acalmar, ao perceber que, se eu não parava de chorar, seria talvez porque eu estaria "dodói". Não saberia jamais descrever o que senti naquele momento. 

Acho que um misto de vergonha, por não ter tido a maturidade que eu queria pra enfrentar a situação... e também de orgulho, por ver uma certa facilidade dela em reproduzir gestos de carinho nos momentos que ela percebe serem delicados. 

Porém, emocionada pelo gesto, chorei mais ainda. Entrei na urgência com o rosto tão vermelho e inchado que o ortopedista soltou, contendo o sorriso: "Não se preocupe, mãezinha. Está tudo bem, ela só vai levar alguns pontos." Pontos?? E como se fala numa tranquilidade daquela? Aí foi que eu chorei mais ainda e tentei convencê-lo a encontrar outra maneira de resolver o problema. Mas ele estava irredutível, queria porque queria dar os pontos. 

Mas no final deu tudo certo. Foram três "pontinhos", ela já se esqueceu do acidente e ainda ficou com uma cicatriz na pálpebra, pra nunca me deixar esquecer desse dia. 

O dia da primeira cicatriz de Maria Joana :-)


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A presença dos elementos na vida da criança

Desde a barriga da mamãe, os Elementos estão presentes na vida da criança: a Terra é o corpo que a abriga, o Ar é o oxigênio e o Fogo é o calor que vem através do sangue, e a Água é onde ela fica mergulhada em seu “banho” de 40 semanas. Quando pequenas, as crianças também entram em contato com os Elementos, mesmo que a gente não perceba. Elas gostam de brincar com a Terra na caixa de areia da pracinha, com a Água na piscininha de plástico.

Vejamos algumas atividades para cada um dos Elementos:

ÁGUA

Bebês se deliciam com a água do banho.
Hora do banho! A hora do banho é muito divertida! Os bebês adoram o banho que os faz lembrar do útero onde tudo era seguro e quentinho. A água lembra o líquido amniótico. A sensação é gostosa e de bem estar. Cuide a temperatura da água que deve ser de 37° C e use um sabonete adequado para bebês. Nos primeiros meses não é necessário o uso de xampu. Lave o cabelinho com o próprio sabonete. Converse com ele e diga-lhe tudo o que vai fazer. Separe a roupinha antes do banho para que ele não pegue frio. E mãos a obra!

É diversão garantida!

Reguem as plantas. Regar as plantas faz com que a criança entre em contato com os elementos Terra e Água. Ensina que assim como nós, as plantas têm suas necessidades e precisam de água para sobreviver. Mas não se esqueça que o ideal é usar um regador e não mangueira, para evitar o desperdício.

Coletem água da chuva. A água da chuva deve ser coletada diretamente caída do céu, e não escorrida das calhas. Vocês mesmos podem fazer um coletor com garrafa pet, fazendo um funil que dê para o gargalo de outra garrafa. A garrafa deve estar limpa, não deixe resquícios de refrigerante ou vai poluir a sua água. Se você viver em uma cidade onde o ar não é tão poluído, a água coletada pode ser usada nos rituais, e até consumida, pois é uma água natural e não possui os tratamentos químicos dados nas companhias de água e saneamento.

Tomar um banho de chuva. No verão, é muito bom tomar um banho de chuva refrescante. As chuvas no verão geralmente são passageiras e como é um período de muito calor, é muito gostoso aproveitar. Também podem caminhar nas poças depois da chuva, o que constitui uma atividade muito divertida.

Fazer um barquinho de papel. Ensine-o (a) a fazer um barquinho de papel e deixe-o (a) colocar o barquinho na água que corre na beira da calçada (desde que não seja suja). Com um pauzinho, a criança pode ajudar o barquinho a não encalhar.

Abençoar a água que vai beber. Ensine a criança a abençoar a água que vai beber. Crie um versinho simples e rimado para que a criança possa ela mesma abençoar a água. Eu abençôo esta água cristalina. Que purifica e a sede elimina!

TERRA

O contato com a terra libera energias negativas
Façam juntos (as) castelos de areia. Fazer castelinhos na beira da praia é uma atividade ótima para o verão. Além de despertar a criatividade na invenção de formas, também o contato com a Terra ajuda na liberação das energias negativas. Aliás, ir à praia no verão é tudo de bom! Na verdade entramos em contato com os quatro elementos: Água, no mar; Terra, na areia e no sal do mar; Fogo, no sol que queima violentamente no verão; e Ar, com a deliciosa brisa da praia. Não esqueça do protetor!

Brinquem com argila. Até poderia ser massinha de modelar, mas a argila é uma coisa bem mais primitiva e talvez por isto mais interessante. A argila nos põe em contato com a Terra e por isto é revigorante e uma bela terapia. Vocês podem fazer imagens de animais, deuses, potes, pratos. Não tente queimá-los em seu forno, pois os fornos de cerâmica são especiais para isto e chegam a uma temperatura de 1.000° C num processo que dura em torno de 7 horas, portanto os fornos de nossos fogões não são para esta tarefa.

A dica para que as peças não rachem é amassar bem a argila antes de começar a trabalhar com ela, para que as bolhas de ar desmanchem. O motivo pelo qual a maioria das peças racham, é que a secagem da argila se dá através da evaporação, então as bolhas de ar internas, fazem com que a peça rache, para que elas possam sair.

Faça peças pequenas, pois peças grandes exigem uma técnica de corte (com linha de nylon), ocagem (elas não podem ser maciças se forem grandes para não racharem) e depois “costura” da peça (não é costura com linha). A costura é uma técnica usada para grudar as duas partes da peça separadas para ocá-la e é feita com ferramentas específicas.

Ensine sobre coleta seletiva. Na idade escolar, é possível ensinar para a criança o que é um lixo seco e o que é um lixo orgânico. O ideal é que se tenha dois lixos em casa, um para cada coisa. Na minha cidade não existe coleta seletiva, mas, mesmo assim é importante separar. Onde nós moramos, existem os papeleiros, que são pessoas que passam nas lixeiras recolhendo o que é reciclável para poder vender depois. Se o lixo estiver devidamente separado, eles não precisarão abrir os sacos e não ficará sujeira espalhada por sua rua.

Eles pegarão as garrafas pet, os papéis e latas de alumínio, e não vão mexer nos outros que contém restos de comida e outras coisas. Tente fechar bem, e colocar em local adequado, para que os animais não peguem. Além de eles espalharem a sujeira, podem ingerir coisas estragadas e objetos cortantes.

Caminhem juntos (as) com os pés no chão. Nós, que moramos na praia, temos o privilégio de poder caminhar na beira do mar de pés descalços. Mas se vocês não moram na praia, podem caminhar descalços num gramado, por exemplo. Isto nos põe conectados diretamente ao elemento Terra e alivia as tensões do dia-a-dia. Os adolescentes são muito suscetíveis a tensões, ansiedade e stress.

Devido à mudança hormonal, geralmente fazem “tempestade com um copo de água”, como se diz. Ensine-o (a) a relaxar e a conectar-se com a Mãe Terra.

Façam um canteiro de ervas. Fazer um canteiro com ervas é uma atividade ótima para que sejam ensinados os valores benéficos e mágicos de cada planta. Se você já tiver um canteiro de ervas, talvez precise transplantá-las, ou mesmo colher para deixá-las secar. Para essas atividades, não hesite em convidar seu (sua) filho (a) para participar. Mostre suas formas, texturas, aromas, diga a ele (a) para que serve. Você pode ensinar-lhe uma erva por dia ou por semana. O importante é o contato com as ervas.

FOGO

Ensine-lhe a respeitar o fogo. O fogo é um elemento vivo de força purificadora, que aquece, traz luz e calor, porém pode também destruir. O fogo não deve ser manuseado por crianças. Para segurança das crianças durante os rituais, deve ser-lhes ensinado desde cedo a respeitar o fogo e manterem-se afastados.

Reúnam-se em frente à lareira. Os Antigos reuniam-se em torno da fogueira para contar estórias, dividir as suas crenças e para cantar. Hoje em dia temos o conforto de estarmos dentro de nossas casas e podermos desfrutar da lareira.

Diz Grimassi (2003),

Lareira é um símbolo do ventre e também um símbolo do clã. A lareira era o ponto focal da vida Pagã. A comida era preparada na lareira, a família passava um tempo diante dela, e em muitas culturas antigas os santuários ancestrais eram colocados sobre as lareiras.

Dizia-se que os espíritos como os Lares ou Lasa encontravam-se na lareira. A Deusa Romana Vesta era uma divindade associada com a lareira e o lar, por isso ela era o símbolo da própria divindade dentro da chama viva. Na arcaica religião romana, a esposa do lar possuía o “espírito de Juno”, uma ligação ancestral que a unia com esta e outras forças Divinas. Entre os gregos a deusa da lareira e do lar chamava-se Héstia.

Manter a chama da lareira acesa, era papel da mulher, pois a lareira era o centro da casa e o local onde o alimento era preparado e a água aquecida. Na minha casa não temos lareira, mas como no sul faz muito frio no inverno, temos fogão à lenha, que também serve.

Fazer um desejo e assoprar uma vela. Este é um hábito comum nas festas de aniversário. Creio que despensa maiores comentários.

AR

Brincar de soltar bolinhas é um ótimo exercício
Façam bolhas de sabão. Fazer bolhas de sabão é muito divertido!
Entramos em contato com o elemento Ar, pois as bolhas saem voando e podemos observar os caminhos do vento. Você pode também sugerir que a criança imagine que está soprando todos os seus medos, ou algum medo específico para dentro das bolhas, e assim elas levam embora este “companheiro” indesejável.

Pendurem fitas numa árvore. Pendurar fitas coloridas numa árvore também é uma forma de entrar em contato com o elemento Ar. Mas ao contrário das bolhas que levam o medo embora, as fitas podem levar pelo vento os pedidos de paz, saúde, prosperidade, amor, dependendo da cor da fita. Purifique e abençoe a fita com o pedido e depois amarrem-na juntos (as), e explique o desejo que aquela fita faz ao vento.

Rosa – amor

Amarela – prosperidade, abundância

Verde – cura, saúde

Branca – paz

Azul - harmonia

Vermelha - paixão

Façam um cata-vento. Fazer um cata-vento é uma atividade que também nos põe em contato com o elemento Ar. Você precisa de um quadrado de um papel bem resistente, e cortá-lo nas quatro pontas em diagonal deixando um centímetro antes de chegar no meio.

Depois de cortar, pegue uma das pontas de cada parte (sempre a ponta do mesmo lado) e puxe para o meio, sem dobrar o papel. Você pode fixar com um percevejo na ponta de um lápis que tenha borracha. Está pronto seu cata-vento.

Soltem pipa. Soltar pipa é uma atividade muito divertida em que podemos claramente observar o movimento do Ar através dos movimentos da pipa e do seu rabo. É necessário apenas muito cuidado com o local onde vão empinar a pipa, por causa dos fios elétricos.

Bom divertimento!


Fonte do texto: Blog do Gabriel

Fonte das imagens: 
Fotos de bebês
Mundo Gump
Itsnoon