terça-feira, 29 de março de 2011

Depressão pós-parto

Nesta última semana, andei sumida por conta da correria do trabalho. Mês de março, aniversário da cidade, são muitas pautas. Mas já estou preparando um novo post. Por enquanto, eu queria compartilhar com vocês uma matéria muito interessante publicada pela Infonet sobre depressão pós-parto.

O tema é polêmico e, na maioria das vezes, é difícil tratar do assunto sem julgamentos. Por isso, o esgotamento do tema nunca é demais!! Segue a matéria e o link onde fui publicada.


DPP: uma avalanche de sentimentos
A Depressão pós-parto é mais comum do que se pode imaginar. Saiba por que a doença ainda é cercada de tabus e conheça o exemplo de quem venceu
29/03/2011 - 07:28
"A mulher é cometida por várias mudanças físicas e emocionais durante a gravidez", diz a psicóloga  
Insegurança, medo, tristeza, dor, solidão, fragilidade, angústia e falta de vontade de viver. Para algumas mães, esses sentimentos podem se manifestar no período mais feliz da vida: o nascimento do filho. Na última segunda-feira, 28, o caso de uma mãe suspeita de matar as filhas gêmeas logo após o parto, chamou a atenção de populares de um povoado do município de Simão Dias. O fato levanta a questão para os perigos da Depressão pós-parto (DPP), uma doença que pode levar a morte.
Para a professora e publicitária, Patrícia Lins, que atualmente mantém um blog sobre o tema, a Depressão pós-parto (DPP) foi sentida 10 dias após o nascimento do filho Pedro Henrique, cariosamente chamado de Peu.
“Não reneguei meu filho, nem tentei nada contra ele, como é comum acontecer. Eu reneguei a mim. Não me achava digna de ter um filho tão lindo. A ajuda da família é fundamental. Mesmo com todos
Josefa é suspeita de ter matado as filhas gêmeas logo após o parto (Foto: Portal Infonet)
me ajudando eu me sentia sozinha. Era como se eu estivesse num buraco tão fundo e escuro que eu via um ponto de luz, mas não tinha forças para alcançá-lo e preferia, então, fechar os olhos e esperar o fim – literalmente, eu queria morrer”, conta a publicitária que tinha sintomas, como crises, choro e ficava irritada facilmente.
Em entrevista ao Portal Infonet, Patrícia Lins, a Pat, menciona que mesmo com os sintomas não aceitava fazer tratamento e foi preciso a ajuda da família e principalmente o reconhecimento da doença para procurar ajuda especializada. “A DPP é uma doença, grave e perigosa. Precisa ser bem diagnosticada e tratada. Como se tratava de uma adulta, por mais que a família quisesse ajudar, eles não podiam passar por cima de mim e do que parecia ser minha vontade – sendo que eu tinha ausência de vontade. Por isso, digo que para ajudar, tem que saber o que precisa ser feito e respeitar o tempo e o espaço da mulher com DPP. Isso serve para qualquer doença, pessoa ou situação de conflito”, lembra.

“A dor só dói enquanto está doendo, depois, passa, e passa mesmo!”, Pat (Foto: Arquivo Pessoal)
Conflito
A publicitária diz que a doença chegou ao ponto dela deixar o filho chorando com fome. “Ficava espremida num canto da casa chorando junto e gritando por socorro. Era muita dor e desespero, eu queria fazer o que é simples e normal, mas, não conseguia. A sensação que tive foi que fui vítima de um terremoto seguido por um tsunami e nada podia fazer para mudar a realidade”, relata.
“Uma amiga que é psicóloga me disse que teve DPP da segunda filha e, depois de anos de terapia, descobriu que depressão é uma dor tão profunda que nós não temos como saber onde e porquê, por isso, não é tão fácil. Muita gente me dizia: “tem que ter força de vontade”. Eu, como sempre tive muita facilidade para me expressar, formulei uma bela resposta e respondia: “força de vontade maior do que me deixar viva, só se eu conseguir o que tanto desejo, que é me matar...”. Ah, as pessoas ficavam horrorizadas com minha resposta. Mas, era verdade. Todo depressivo é um suicida em potencial. Eu tentei me matar três vezes e graças à Deus não consegui. A força que tinha era uma reserva mínima para me manter viva. Quando fiz a terapia certa, consegui ter tempo para minha cabeça”, fala.
“É preciso aceitar e se tratar, é um exercício diário, como ginástica e musculação", fala a publicitária
Recomeço
“Tem uma frase que usei muito durante as crises e dei nome ao blog: “a dor só dói enquanto está doendo, depois, passa!”e passa mesmo. Durante o sofrimento nada melhor do que o tempo. Eu só faltava 'pular no pescoço' de quem me dizia: isso vai passar. Mas, não é que eles estavam certos? O que é importante frisar é que se trata de uma doença e tem tratamento o que atrapalha é o preconceito, o tabu, o medo de ser taxada de anormal. Ninguém pede para ter problema, mas, já que eles aparecem, a solução é muito melhor do que aumentar o que já está ruim. O tabu é um empecilho muito maior”, salienta.
Distância saudável
Após o período de Depressão pós-parto que durou mais de ano, Patrícia Lins, diz que a cura existe apesar de não ser fácil, nem simples ou indolor. “É preciso aceitar e se tratar, é um exercício diário, como ginástica e musculação. É preciso ter disciplina, superar o medo de ser taxada de maluca, doida ou algo parecido. Para me livrar precisei mais de mim do que supunha precisar. Enquanto não recobrava as forças, enquanto estava “fraca”, mantinha distância do quem me fosse prejudicial. Não
"O mais importante é iniciar logo o tratamento", lembra a psicóloga
era hora de entrar em atritos, estava instável, mas na luta pela minha sobrevivência. A superação é diária. O mínimo de cobrança é imprescindível. Estar aberto e procurar ler, conversar e conhecer pessoas com o mesmo problema fortalece”, recomenda.
Ajuda profissional
A psicóloga clínica Ana Karine Braga explica que a mulher é cometida por várias mudanças físicas e emocionais durante a gravidez e mesmo depois de ter o bebê. Essas mudanças podem deixar as mães tristes, ansiosas, confusas ou com medo. Para muitas mulheres esses sentimentos vão embora rápido, mas quando permanecem ou pioram a mulher pode vir a ter depressão pós-parto. “Os sintomas são tristeza, irritabilidade, cansaço, insônia, inibição ou aumento de apetite, ansiedade, desinteresse pelo sexo e angústia”, descreve a psicóloga, que diz ainda que é muito difícil saber se a mãe terá ou não depressão após o parto.
“Obviamente, mulheres com um quadro depressivo anterior à gravidez requerem uma atenção maior, porém, a situação da gestação também é um fator a ser avaliado. Uma gravidez rejeitada,
Ao lado do filho, a psicóloga lembra que é importante o envolvimento da família durante o tratamento
por exemplo, existe mais probabilidade de provocar uma associação deste tipo de problema com o bebê. Outros fatores relacionados às condições do parto, à situação social e familiar da mulher, gerando sobrecarga, também podem desencadear o transtorno”, afirma Ana Braga, acrescentando que a Depressão pós-parto pode acontecer por alguns dias ou até meses depois do parto de qualquer um dos filhos.
“Não existe um trabalho especifico para prevenção da depressão pós-parto. Mas o pré-natal além de orientar a mãe e prevenir uma série de doenças e problemas com a mãe e o bebê também seve como prevenção do transtorno. Durante o pré-natal os médicos procuram dar segurança à mãe tanto em termos orgânicos como psicológicos, fazendo com que a gravidez da paciente seja mais tranqüila e com um grau de informação significativa”, garante a psicóloga.
Tratamento
Neste período a família também precisa ser envolvida no tratamento, participar das terapias para aprender a lidar com o problema facilitando assim a recuperação da mãe. “É difícil dizer quanto tempo pode durar o transtorno. Alguns casos duram semanas e outros anos. O mais importante é iniciar o tratamento desde o momento em que a família suspeite que exista algo errado com a mãe. A depressão pós-parto é tratada com terapia psicológica e medicação”, destaca a médica Ana Karine Braga.
Se você já sofreu ou conhece alguém que teve a doença, utilize o espaço de comentários e conte a sua história.
Por Kátia Susanna

Fonte: http://www.infonet.com.br/saude/ler.asp?id=111296&titulo=especial




Um comentário:

  1. Oi Pri legal esse post, eu não sei o que tive apos o nascimento de Serginho, mas eu chorava bastante achando que não conseguiria ser mãe, que era tudo muito complicado, desde o ato de amamentar as trocas de fraldas a noite. Meu marido sendo psicologo me ajudou bastante. Chego um ponto de minha mãe e minha sogra ficarem preocupadas. MAs isso aconteceu na primeira semana. logo apos essa fase amei cuidar de meu filho... que até não via hora de ter outro.... e agora estou amando ser mãe do meu principe Serginho e da minha boneca Aninha.

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