quarta-feira, 24 de março de 2010

A GRANDE DESCOBERTA

Logo pela manhã já saí de casa meio triste... Uma bateria de exames me esperava, incluindo até mesmo um teste para saber se sou soropositiva ou não. Glicemia, urina, fezes... toda a parafernália que os médicos adoram passar, 'pra saber se está tudo bem'. Como a conta foi para o cartão de Rafa (hihi), ele foi junto comigo. Mas o maior de todos os exames, só à noite: a misteriosa ultrassonografia!


Mas, o mais doloroso de tudo não foi fazer a coleta do cocô nem sair de casa em jejum, embora essa última parte seja o cúmulo do absurdo. A conta dos exames foi uma verdadeira talacada no nosso bolso. Só nessa brincadeirinha, já se foram mais de R$ 240. Estão vendo, meninas? Antes de ficarem dizendo "ôoo" e afirmando que também querem encomendar o rebento, pensem bem antes de seguir o meu exemplo.

Pois bem, mesmo morrendo de fome e de sono, só fui atendida lá pras 10 horas da manhã. Missão cumprida, fui me acabar de comer lasanha com Rafa. Jurei que seria o último dia a tomar refrigerante, mas tá difícil.. rsrsrs. Acho que fica pra amanhã.

UMA MENINAAAA!!!!!

À noite, a tão esperada hora de ver se realmente existe uma criança aqui dentro, se é menino ou uma menina, se realmente está vivo, qual o tamanho que tem e quantos meses... nada disso eu sabia. Quando finalmente pude fazer a ultrassonografia, a ansiedade era enorme. Dei um jeito de arrancar Rafa da Aperipê e fomos embora. Íamos nos encontrar no shopping, mas na dúvida do sim ou do não no exame, era melhor ele estar comigo. Cheguei lá com o coração saltitando de ansiedade... logo fui chamada e a médica começou aquele velho diálogo...

- É exame de rotina, mocinha?
- É sim, doutora... na verdade, não... mais ou menos. Assim, é que eu desconfio de uma gravidez... - disse eu, com a maior vergonha do mundo.
- Sei...
- Doutora, será que se eu estiver grávida, dá pra ver a criança?
- Bom, depende. Se tiver mais de um mês, a gente consegue ver sim. Você acha que tem um mês?
- Não sei, doutora.. eu acho que pode ter um pouquinho mais.

Quando ela enfiou aquele bicho desconfortável em mim, falou que estava sentindo que tinha alguma coisa mais. Então, ela retirou aquilo e passou a fazer a ultrassom com aquele gelzinho gostoso na barriga. Quando ela arregalou os olhos, eu tomei aquele susto.


- Nossa!! Que menino grande!
- Grande? Como assim, doutora?
- Olha que lindinho, já está todo formado... Moça, esse menino é grandinho, viu? Você está vendo?
- Não, mais ou menos... onde está a cabeça?
- Ói ela ali... nossa, que perfeição. Está vendo os bracinhos?
- Agora eu tô.. será que ele tem quantos meses? - perguntei eu, com os olhos já cheio de lágrimas.
- Pelas imagens, eu acho que deve estar perto dos quarto... e acho que não é ele não, viu? Está parecendo que é uma florzinha - disse a médica, com um sorrisão no rosto.
- Uma menina?????? Como assim, já dá pra ver o sexo?
- Mais ou menos.. não dá pra ter 100% de certeza. Na verdade, ainda não comprem as coisas, esperem mais detalhes no quinto mês. Mas eu tenho quase certeza que é uma menina.
- Doutora, posso chamar o pai? Ele tá aí fora...
- Pode sim, chame.

Rafa entrou na sala com a cara de bobão, meio sem graça. É claro que eu não perdi tempo!

- Rafa, a médica disse que tem quatro meses!
- Calma, eu disse que está quase...
- E ela falou que é uma menina!!
- Menina, tenha calma.. que menina ansiosa é essa? Eu disse que tem DEVE ter quase quatro meses e que provavelmente é uma menininha... mas nada disso é certeza.

A partir de então, deu pra ver claramente nossa menina, cujo nome Rafa já havia escolhido antes mesmo de imaginar em ter uma filha. Mariazinha estava lá se mexendo, levantando a cabeça e as mãozinhas, mexendo os pés e até mesmo virando o rosto pra gente.


- É bem espevitadinha essa garota - disse a médica.
- É, vai puxar a mãe - falei eu, com os olhos cheios de lágrima, enquanto Rafa estava imóvel, mudo e com água nos olhos. Durante a consulta inteira, ele não falou nada. E Maria Joana se mexendo feito a gota, enquanto eu ria e esboçava reações. Até o coraçãozinho dela deu pra ouvir.

Foi a partir desse momento que eu adorei a idéia da gravidez. Até hoje foi o momento mais mágico que eu já tive. Queria que todos tivessem a oportunidade de sentir o que eu senti naquele momento, em choque, imaginando que aquela garotinha toda espevitadinha tá dentro da minha barriga. 

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