sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

BLOGAGEM COLETIVA - Mãe solteira


Parece que o termo "mãe solteira" causa um certo sentimento de identidade a praticamente todas as mulheres que têm filhos e que estão solteiras. Só quem é mãe sabe os dilemas e as delícias desse dia a dia tão gostoso e movimentado da maternidade.

Mas me questiono por que essas duas palavrinhas têm sempre que andar juntas. Ser mãe é uma coisa e ser solteira é outra. Assim como sou solteira, sou profissional, sou estudante, sou ruiva (ou loira, ou morena), sou jovem, sou ciclista, adoro praia, natureza, gosto de ler, de pintar... Grosseiramente falando, é "cada uma no seu quadrado".

Esse é o primeiro ponto que me chama atenção quando o assunto é "mãe solteira". Outro ponto é que atualmente não conhecemos quase nenhuma mãe que não trabalhe fora. E, além de ter que conciliar a maternidade e o trabalho, ainda há contas para pagar, preços para pesquisar, materiais escolares e fraldas para comprar. Por mais presente que o pai seja, ele não está ali em muitos momentos, já que mora em outra casa. Por isso, achei interessante a ideia da Blogagem Coletiva sobre o tema, proposta pela Tenikey.

Quando me separei do pai de Maria Joana, senti um misto de medo e insegurança e me perguntava se seria capaz de dar conta do tamanho de tantas responsabilidades. Uma vez vi uma moça dizendo que "ser mãe é nunca mais ir ao banheiro sozinha". É verdade! Desde escovar os dentes, até fazer o gogó no liquidificador, preparar o banho, abrir a porta da rua com ela e as sacolas no braço... a gente se sente praticamente um polvo, com apenas duas mãos, sempre conciliando as tarefas com a criança no braço.

Mas, no fundo, a certeza de ter escolhido um grande pai me dava uma certa segurança. Sabia que, bastava um telefonema quando precisasse de alguma ajuda. Mas queria mostrar a mim mesma que poderia fazer tudo sozinha.

Às vezes tinha até raiva por ter muito mais trabalho e responsabilidades que o pai, mesmo sabendo que não há como praticarmos a guarda compartilhada, que é o que nós dois achamos que seria ideal. Tanto pela dificuldade de transporte como pela questão dos horários, entre outros empecilhos. Mesmo assim, passei um bom tempo nutrindo um sentimento de injustiça.

Hoje eu aprendi que quem tem filho não pode se achar a Mulher Maravilha e recusar ajuda. Independente da separação, tenho muito orgulho do pai que escolhi para Maria Joana, presente e grande parceiro na criação e educação dela.

Também aprendi a encarar com mais maturidade e menos resistência as responsabilidades que a maternidade traz. Para tornar as tarefas mais divertidas, eu a ensino a me "ajudar". Mostro a ela como esticar os bracinhos quando estou colocando a roupa e a "colocar o pezinho" quando visto a calcinha ou um shortinho.

Quando preparo a comidinha dela, dou a mamadeira ou a colher para ela segurar e depois me entregar. Eu mostro a ela que virar o bumbum para eu passar o sabonete me ajuda bastante e que esticar o pezinho para eu colocar a sandália facilita ainda mais. E até guardar os brinquedos na caixinha ela acha divertido, porque eu digo: "Ajuda a mamãe, bebê!". Sempre que ela termina de me ajudar, eu digo parabéns e ela comemora batendo palminhas. E eu brinco dizendo que ela é a minha melhor pequena estagiária.

Mesmo com qualquer reclamação de cansaço que às vezes eu solte, não trocaria nada por essa rotina. É a nossa cumplicidade que me reoxigena todos os dias. Ser mãe, ser trabalhadora e ser solteira, estudar, arrumar o quarto e cuidar das roupinhas não é uma junção de tarefas muito fácil. Eu diria até que é uma luta diária conseguir cumprir bem as metas e estar sempre de bom humor. Mas ter a companheirinha que tenho ao meu lado me faz enfrentar tudo com um misto de dureza, doçura, alegria e encantamento pela vida. :-)   

2 comentários:

  1. Que texto lindo Pri, parabéns. E sempre boa sorte na sua jornada diária ;)

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  2. Um dia crio coragem de passar por todas essas maravilhas. Parabéns Pri Pri!!!! Cândida

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