segunda-feira, 11 de junho de 2012

Saudades de uma época mal aproveitada

Sempre que vejo uma criança de colo, sinto saudades da época em que minha filha era bebê. "Mas, já? Sua filha ainda é tão pequena...", a maioria das pessoas logo responde quando esboço minha nostalgia. Até da gravidez tenho saudade.. sinto isso sempre que vejo uma gestante na rua. Contraditório, não?!

Sim, bastante. Durante a gravidez, reclamamos de dores, cansaço, noites mal dormidas, urina incessante... uma boa parcela da ansiedade pelo parto, inclusive, deve-se ao desejo de 'se livrar logo' do barrigão. 

E quando a criança nasce? Não existe cansaço maior... eu encarava a amamentação quase como uma escravidão - apesar da importância indiscutível do aleitamento. Mas hoje sinto falta de amamentar.

Acordar de três em três horas, sentir dores no peito e o inchaço ajudam ainda mais na perda do bom humor - além da posição secundária que é reservada para o relacionamento do casal (inclui-se aí a questão sexual também, pudores à parte).

Cansaço dificulta os prazeres da maternidade
Nos primeiros meses após o parto, a gente mal sai de casa. Eu sentia-me feliz em ir à esquina comprar o pão ou colocar o lixo na porta, verdade seja dita. Era a oportunidade que eu tinha de ver a rua. Claro que receber o tão esperado bebê no colo é gratificante e os dias que se seguem são emocionantes. 

Mas quase não aproveitamos. E acho que é por isso que sentimos tantas saudades de quando nossos filhos eram bebês. Estava conversando com uma amiga minha essa semana, cujo filho é da mesma idade de Maria Joana, e nos identificamos. A gente sente tanta falta porque não aproveita. Os outros babam a nossa barriga, mas somos nós que sentimos todos os desconfortos. Todos admiram o bebê, mas a carga mais 'pesada' nos cuidados acaba ficando para a mãe. 

Quando essa fase passa, sentimos saudades de não ter sorrido tanto, de não ter tido tanta disposição para aproveitar, de não ter podido passear tanto com o bebê. Enfim, de não ter tido a leveza suficiente para curtir cada momento, pois o cansaço físico e mental não deixavam. 

Alguns fatores que levam à sobrecarga da mãe são naturais e inevitáveis - como o parto, a necessidade da amamentação etc. Ninguém pode fazer isso por nós. No entanto, é possível haver mais empenho e solidariedade por parte da família nesses momentos. 

Extrair e armazenar o leite do peito é uma boa opção para que a mãe durma mais e o pai também se acorde de madrugada. Dividir a troca de fraldas, a lavagem das roupas, as tarefas domésticas... tudo isso faz uma diferença enorme. E olhe que, mesmo assim, o desgaste existe - ele só é amenizado. 

Pais devem ajudar as mães e dividir tarefas
Claro que não se trata de extinguir da mãe as obrigações e os dilemas da maternidade. Mas de pensar formas de tornar a maternidade em si um exercício mais humanizado e prazeroso - para o bem da criança e da própria mãe. Afinal de contas, pais com equilíbrio emocional e psicológico têm condições muito melhores de educar seus filhos.

   

3 comentários:

  1. Super concordo, Pri, sinto tanta falta dessa fase do Yan, parece que as coisas passam tão rapido que quando percebemos eles já estão com 1 aninho, e já super independentes, sinto falta de amamentar, de sentir aquela coisinha pequena nós meus braços.:-(

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  2. A minha Luisa tem apenas 3 meses e ja me emociono mt quando vejo as 1 fotos. Concordo com vc, mesmo com apoio nos maes nos gastamos demais e deixamos de aproveitar os detalhes.

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