sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O Renascimento do Parto

Cena do filme "O Renascimento do Parto"
Foto: Além D´Olhar
Sempre digo que, se na minha época de gravidez, tivesse tido acesso às informações e discussões que tenho hoje, teria parido naturalmente - e recusado a cesária, tão fortemente recomendada pela obstetra. No final das contas, minha filha segue bem e saudável, mas depois que vi um trecho do filme "O Renascimento do Parto" - sob a direção de Eduardo Chauvet e roteiro/produção de Érica de Paula -, me deparei seriamente com a situação de ter sido levada pela corrente do que os outros determinam para o seu parto, e não você. E o pior, operando com a desinformação.

Crescemos sem perceber o protagonismo que nos foi retirado em algum momento e acabamos sendo levadas por recomendações médicas (tão inquestionáveis) que muitas vezes estão repletas de interesses pessoais e financeiros. Quando a obstetra me disse que o parto cesáreo seria melhor porque minha filha estava muito grande e talvez não tivesse dilatação, não pensei duas vezes: pode marcar! Mas depois você aprende que isso é uma justificativa vazia e que os profissionais que deveriam te tranquilizar, na verdade te impõem o medo para depois apresentar algo que parece uma grande solução. 


Parto em banheira de hospital
Foto: Carol Dias
O número de partos cesáreos realizados sem necessidade cresce assustadoramente e nos faz questionar o porquê de transformar um momento tão humano, maravilhoso e único em uma reunião de negócios, na qual todos marcam o horário, cada um faz a sua parte e a mãe sequer sente a emoção de parir. Em algum momento, percebi até que uma das profissionais da equipe de parto colocou seus braços em minha barriga e apoiou seu corpo com muita força, como se estivesse empurrando minha filha até o corte feito no final da barriga. Quando minha filha nasceu, eu não vi seu rosto, não amamentei, não segurei no braço. Fiquei horas esperando algum sinal de vida enquanto levavam ela com urgência para uma sala de UTIN e ninguém me informava nada direito. Somente 15h após o parto tive a oportunidade de vê-la, amamentar, abraçar, sentir seu cheiro, conversar... e hoje sei que poderia ter sido diferente, pois um dia de tanta emoção na verdade se transformou em uma lembrança traumática. Sempre pode ser diferente. Conversando com outras mães, percebo que essas angústias não são somente minhas. Muito pelo contrário. 

Por isso que estamos acompanhando o surgimento de cada vez mais discussões, matérias e vídeos sobre parto humanizado, sobre a importância de você perceber e sentir seu corpo na hora do parto, de transformar a dor em emoção, estimular a participação ativa do pai (que lhe é negada na maternidade) em um momento que na verdade é dos dois. Há vários tipos de partos e na consulta com o obstetra essas alternativas não nos são apresentadas e esclarecidas. Por isso que no dia 6 de setembro todos temos um compromisso com nossos corpos, nossos filhos (que vieram e que virão), nossa saúde e, mais importante, nossa felicidade e bem-estar. 

É nesse dia que o Cine Vitória receberá "O Renascimento do Parto", depois de muita luta e mobilização da Casa Curta-se e de grandes mulheres de nosso Estado que insistem para que retomemos o protagonismo de nosso próprio parto. É grave saber, por exemplo, que 70% das gestantes expressam desejo pelo parto normal no início da gravidez e no último trimestre apenas 30% mantém essa vontade, segundo levantamento da Agência Nacional de Saúde (ANS) - como foi o meu caso, inclusive. Em uma das entrevistas que li com a Érica de Paula, ela disse trabalhar com gestantes há quatro anos e nesse tempo percebeu "um alto grau de desinformação das mulheres, que deixavam nas mãos dos médicos as decisões sobre os partos e acabavam submetidas a cesárias desnecessárias". Vamos lá? Nos encontramos no Cine Vitória!

Convidamos você a assistir o filme e trocar sua opinião e experiência conosco.

Quando:
06/09 - 16h30
08/09 - 15h
10/09 - 19h

Público-alvo: Pais, mães, gestantes, educadores, doulas, terapeutas, estudantes e profissionais da saúde. A todos nós que nascemos e aos bebês que virão.

Classificação: 10 anos.

Valor
R$ 5,00 - meia-entrada
R$ 10,00 - inteira

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